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A tão esperada aposentadoria chega, trazendo com ela um afastamento gradual dos que antes viviam mais próximos, ficando cada vez mais nítida a noção de que a vida é finita – morrem parentes e amigos, surgem doenças, o corpo não funciona como antes. Envelhecer, como o dia a dia insiste em comprovar, é conviver com perdas, que são gatilhos para um mal muito frequente na terceira idade: a depressão.

A depressão está entre as principais doenças mentais que atingem os idosos. Estima-se que cerca de 15% dos idosos apresentem alguns sintomas depressivos e cerca de 2% tenham depressão grave. Esses números são ainda maiores entre os idosos internados em asilos ou hospitais.

Depressão não é apenas uma tristeza passageira, diante de um fato adverso da vida. A pessoa apresenta uma tristeza profunda e duradoura, acompanhada de desânimo, apatia, desinteresse, impossibilidade de desfrutar dos prazeres da vida. Não se interessa mais pelas atividades diárias, não dorme bem, não tem apetite, muitas vezes tem queixas vagas como fadiga, dores nas costas ou na cabeça. Aparecem pensamentos “ruins”, como idéias de culpa, inutilidade, desesperança; nos casos mais graves podem ocorrer idéias de suicídio.

As causas da depressão são desconhecidas. Acredita-se que vários fatores – biológicos, psicológicos e sociais – atuando em conjunto levem à doença. Fatores biológicos, como a presença de depressão em outros membros da família podem ser considerados predisponentes, enquanto fatores psicológicos e sociais, por exemplo, perda de um ente querido, perda de suporte social, podem desencadear um episódio de depressão. Sabe-se que na depressão há alterações no equilíbrio dos sistemas químicos do cérebro, principalmente nos neurotransmissores noradrenalina e serotonina.

O reconhecimento da depressão no idoso muitas vezes é difícil. Preconceitos em relação à velhice e às doenças mentais dificultam o acesso dos pacientes a um tratamento adequado. Existe a ideia de que a depressão é um fato “normal” na velhice. Não é! O idoso não precisa ser necessariamente triste. Quando alguém fica desanimado e triste por algumas semanas é preciso levá-lo a um médico, para uma avaliação especializada, pois pode estar sofrendo de depressão.

Muitos ainda ficam constrangidos de procurar atendimento médico, diante da idéia de terem uma doença mental. Por causa desses preconceitos, estima-se que cerca de metade dos pacientes deprimidos fiquem sem diagnóstico e tratamento adequados.

A depressão é uma doença como outra qualquer, cujo tratamento tem sofrido avanços significativos nos últimos anos. Medicamentos antidepressivos permitem uma recuperação do equilíbrio químico do cérebro, com a melhora dos sintomas. Essa recuperação demora algumas semanas, durante as quais o apoio dos familiares é também fundamental. A prática de atividades físicas e mentais, a participação em grupos de convivência, complementam o tratamento medicamentoso, propiciando a recuperação da qualidade de vida do idoso.

Afinal, ser feliz não é vivenciar apenas momentos de alegria. Mas é ter coragem de enfrentar os momentos de tristeza e sabedoria para transformar os problemas em aprendizado.

Dra Graziela Pichinin Milanello e Dr. Denis Milanello

Médicos Geriatras do Espaço Più Vita

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