Como vocês podem ver atualmente existem vários estudos científicos sobre Nutrição, e aí vocês se perguntam o que funciona para mim?
É fato que reduzir a quantidade de carboidratos da alimentação reduz os níveis circulantes de insulina, de síntese de gordura e ajuda na perda de peso. Mas vocês sabiam que se o carboidrato que está em excesso é simplesmente trocado por proteína, essa proteína também pode aumentar a insulina e “virar gordura”? E você sabia que mesmo cortando carboidrato e mantendo baixos níveis de insulina é possível engordar?
Aliás, todo excesso, seja ele de carboidrato, de proteína, de gordura ou até mesmo de água é prejudicial. Mas como saber onde estão os excessos? Não é só cortar carboidrato e aumentar gordura e proteína que está tudo certo? Bom seria se assim fosse e com todas as pessoas, o mundo estaria salvo da obesidade e da chatice dos nutricionistas (que seriam totalmente desnecessários). O excesso começa quando a ingestão ultrapassa os limites de queima de cada indivíduo e estes limites sofrem influência de muitos fatores: sexo, idade, peso atual, altura, quantidade de massa muscular, nível de atividade física, horas de sono, atividades diárias, nível de estresse, doenças associadas, e fatores genéticos. Ou seja, para ao menos estimar o que seria excessivo para uma pessoa, precisamos avaliar todos esses fatores, pois o que é muito para um, pode ser muito pouco para outros.
O fato de dizermos que o EXCESSO de carboidratos é prejudicial, não significa dizer que todo e qualquer carboidrato fará mal. Uma coisa é consumir algo contendo grande quantidade de farinhas refinadas e açúcar, outra coisa é consumir frutas e tubérculos
(batatas, aipim, inhame). Mas também não adianta trocar o bolo feito com farinha e açúcar por outro cheio de maltodextrina, só porque na embalagem está dizendo que é sem adição de açúcar. É sem adição do açúcar chamado sacarose, mas maltodextrina é um tipo de açúcar.
Enquanto realmente alguns indivíduos parecem se beneficiar de níveis reduzidos de carboidratos (porque em sua individualidade bioquímica metabolizam melhor as proteínas e as gorduras), existem outros que necessitam de uma dose maior de carboidratos e neste segundo grupo, está boa parte de nós mulheres, que em função das flutuações hormonais atreladas ao nosso ciclo menstrual, temos alguns momentos de menor produção de serotonina. Se a serotonina está baixa, consequentemente a melatonina também está e o cortisol encontra-se mais alto.
Uma das maneiras que o corpo tem de equilibrar estes hormônios, é fazendo com que nossa vontade de comer doce aumente. Mas não é necessário que ninguém se afunde numa caixa de bombom para reduzir o cortisol, mas podemos facilmente equilibrar o cortisol, serotonina e melatonina aumentando a quantidade de carboidratos, com a inclusão de frutas.
Restrições radicais de carboidratos “estressam” a glândula tireoide e diminuem a taxa metabólica basal. Consequência disso, menor perda de peso, e maior facilidade de recuperar o peso perdido. Pessoas com hipotireoidismo também não deveriam fazer cortes radicais de carboidratos, porque isso atrapalha ainda mais a função tireoidiana e a longo prazo, favorece o ganho de peso.
O mais coerente é buscar uma orientação de um profissional nutricionista e fazer uma alimentação individualizada, equilibrada, elaborada a partir da análise de todos os fatores que já mencionei acima. As chances de dar errado seriam muito menores e as chances de sucesso, muito maiores.
Dra Wânia Monteiro de Arruda
Especialista em Nutrição Clínica e Esportiva Funcional e Personal Dieter
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